Muito de vocês não sabem, mas Portugal já esteve na Lua. Sabia que uma imigrante portuguesa deu um toque especial à bandeira americana que foi à Lua? Maria Isilda Ribeiro em 1969 emprestou um toque português à odisseia da conquita da Lua pelos norte-americanos.

A fábrica onde a imigrante vaguense coseu a famosa bandeira que ainda existe, fundada em 1920 é o fabricante mais antigo do género no mundo, utilizando apenas materiais produzidos no país. O tecido era uma mistura de nylon com fibra de vidro, de forma a resistir à atmosfera lunar, e foi ela quem fez os remates e coseu as bainhas e a dobra para a haste.

Fê-lo sem questionar porque era essa diferente de todas as outras e, por isso, saber que era essa a bandeira que Neil Armstrong iria cravar na Lua.

“Era uma bandeira de cerca de dois pés de comprimento, feita de um tecido, uma mistura de nylon com fibra de vidro, já vinha com os “picotados” para costurar. O tubo, a enterrar na superfície lunar, custou 75 dólares. Uma vara adicional foi colocada na horizontal para levantar o pano.”

 
E Portugal já esteve na Lua-portugal-camoestv

Jornal Flama, N.º 1117, 1 de Agosto de 1969.

 

“O pano não suportaria mais de 180 graus centígrados, pelo que teve de ser protegido por uma mortalha de fibra de aço. Foram precisas 12 pessoas para instalar a bandeira a bordo do Eagle. Quando o módulo lunar regressou à Columbia, Aldrin e Armstrong dizem ter visto a bandeira tombar com a força do exaustor. Contudo, o fato nunca chegou a ser oficializado.”

“Os seus acabamentos não tiveram nada de especial. Porém, não podia ser estampada pelos processos convencionais, pois a tinta não aderia àquele tipo de tecido”, descreve Maria Isilda Ribeiro.

 

E Portugal já esteve na Lua-portugal-camoestv

Maria Isilda Ribeiro, portuguesa, emigrada nos Estados Unidos, em New Jersey, bordou e fez os acabamentos na bandeira norte americana que ficou, na Lua, a assinalar a presença humana.

Soube que tinha sido a “sua” bandeira a chegar à Lua por causa de todo o processo que envolveu a sua fabricação. “Tudo começou no final de 1968, quando começámos a fazer bandeiras especiais. Sabíamos apenas que eram para experiências”. Descobriu a verdade depois de o astronauta norte-americano a ter deixado por lá, a 20 de julho de 1969. A “costureira espacial”, como lhe chama, tinha demorado cerca de 30 minutos de trabalho no corte e costura e ganho o equivalente a 40 cêntimos.

“És a primeira pessoa que faz uma bandeira para colocar na Lua”, disse o chefe na época. A imigrante portuguesa apareceria mesmo num artigo para o ‘New York Times’ sobre as pessoas envolvidas na confecção da bandeira. Maria Isilda Ribeira ajudou também a confeccionar a bandeira gigante que flutuou na George Washington Bridge aquando da comemoração do segundo centenário da independência da América.

A bandeira feita por Maria Isilda Ribeiro ainda está na Lua.

CamõesTV

Emigrante que deu toque português à bandeira americana colocada na Lua